sexta-feira, julho 21, 2006

O desejo de um Bombeiro...



Desejava que pudesses ver a tristeza de um homem de negócios quando o trabalho da sua vida desaparece em chamas ou uma família que regressa a casa e apenas encontra a sua casa e os seus pertences danificados ou destruídos. Desejava que pudesses saber o que é procurar num quarto a arder por crianças presas... As chamas por cima da tua cabeça, as palmas das mãos e os joelhos a queimarem enquanto tu rastejas... O chão a ranger com o teu peso, enquanto a cozinha arde por baixo de ti. Desejava que pudesses compreender o horror de uma esposa quando às 3 da manhã verifica que o marido não tem pulso...Inicio o S.B.V. (suporte básico de vida) no mesmo, esperando uma hipótese muito remota de trazê-lo de volta... Sabendo instintivamente que era tarde demais...Mas querendo que a família soubesse que tudo o que era possível foi feito.Desejava que pudesses saber o cheiro único de uma queimadura, o gosto da saliva com sabor a fuligem... Sentir o intenso calor que passa através do equipamento, o som dos estalos das chamas, a sensação de não conseguir ver absolutamente nada através do fumo denso... Sensações que se tornaram muito familiares para mim...Desejava que pudesses compreender como nos sentimos ao ir para o trabalho de manhã após passarmos a maior parte da noite suando com o calor de diversas chamadas de fogo... Desejava que pudesses ler o meu pensamento quando respondo a uma chamada para um edifício a arder, "Será falso alarme ou um enorme incêndio? Como será a construção do edifício? Que perigos esperam por mim? Estará alguém lá dentro ou saíram todos?" "Ou para uma chamada de socorro," o que se passará com o doente? Será que a pessoa que telefonou está mesmo em apuros ou estará à minha espera com uma arma?" Desejava que pudesses estar na sala de reanimação quando o médico decide anunciar a morte da linda menina de cinco anos que tenho tentado salvar durante os 25 minutos anteriores, e que nunca irá ter o seu primeiro namorado, nem nunca mais irá dizer "gosto muito de ti, mãe"...Desejava que pudesses saber a frustração que sinto na cabina do autotanque, o motorista com o acelerador a fundo, o meu braço a tocar a sirene vezes sem conta quando não se consegue passar por um cruzamento ou no meio do trânsito. Quando vocês precisam de nós, no entanto, o primeiro comentário quando chegamos será "levaram muito tempo para cá chegar". Desejava que pudesses ler os meus pensamentos enquanto ajudo a retirar os restos de uma jovem do seu veículo contorcido, "e se fosse a minha irmã, a minha namorada ou alguma amiga? Qual será a reacção dos seus pais quando abrirem a porta e verem os policias?" Desejava que pudesses saber como é entrar em casa e cumprimentar a família não tendo coragem para lhes dizer que quase não voltei da ultima chamada. Desejava que pudesses sentir os meus sentimentos quando as pessoas verbalmente, e às vezes fisicamente, nos maltratam ou subestimam o que fazemos, ou quando têm a atitude "isto nunca me aconteceria". Desejava que pudesses perceber a instabilidade mental, emocional e física de refeições perdidas, sonos perdidos e a falta de actividades sociais associadas a todas as tragédias que os meus olhos já viram. Desejava que pudesses saber a irmandade que existe e a satisfação de ajudar a salvar uma vida, a preservar as coisas de alguém, a estar "lá" nos tempos de crise ou a criar ordem quando existe um caos total. Desejava que pudesses compreender como nos sentimos quando temos uma criança a puxar-nos o braço e a perguntar "a minha mãe está bem?" sem sequer conseguir olhar nos seus olhos sem deixar cair umas lágrimas e sem saber o que responder. Ou ter de segurar um amigo de longa data enquanto o seu companheiro vai na ambulância a receber respiração boca-a-boca. Sabendo de antemão que ele não trazia o cinto de segurança posto. Sensações que me ficaram muito familiares... A menos que tenhas vivido este tipo de vida, nunca conseguirás entender verdadeiramente ou apreciar QUEM EU SOU, O QUE NÓS SOMOS OU O QUE O NOSSO TRABALHO SIGNIFICA REALMENTE PARA NÓS… Desejava que pudesses....

quarta-feira, julho 19, 2006

Homenagem a todos os Bombeiros...

sábado, julho 15, 2006

De volta à realidade...

sábado, julho 08, 2006

Participação do Grupo "Os Toca a Marchar" na X Marcha Nocturna da Serra a Gardunha.
Historial da Fanfarra
Fundada por volta dos anos 60, era composta no seu início por apenas 2 caixas, 1 tarola e 6 clarins. Por ocasião da inauguração do actual quartel em Maio de 1979, integraram-se novos elementos com diferentes instrumentos musicais, os quais vieram dar um grande contributo á nossa fanfarra.
Em 1989, formou-se com os infantis e cadetes da corporação, o grupo de majorettes, que com a sua jovialidade, trouxeram ainda mais vida e cor.
Actualmente conta com a presença de cerca de 40 elementos (masculinos e femininos), com idades compreendidas entre os 9 e os 60 anos.
Possui diferentes instrumentos, tais como, bombos, caixas, tarolas, pratos, timbalão, clarins, trompete, contrabaixo e saxofone, o que lhe confere um som de actuação muito particular.
A fanfarra tem uma actividade bastante intensa, sendo solicitada para diversas efemérides, tais como, aniversários de outras corporações, congressos nacionais e participação em eventos políticos, sociais e religiosos.
Ao longo da sua existência já esteve presente também em vários encontros de fanfarras.
Presentemente estão as instruções para a formação destes elementos a cargo, no que diz respeito aos instrumentos de percussão, do subchefe Aires Gonçalves e aos instrumentos de sopro, do subchefe José Ventura. O seu responsável é o 2º Comandante José Lopes Correia.
Espera esta fanfarra continuar a dar provas de muita alegria e dinamismo, não só para o enriquecimento da corporação como também dos próprios elementos, que assim ocupam os seus tempos livres e valorizam a sua realização pessoal.